domingo, maio 13, 2007

Mais uma vez publicarei aqui um texto da autoria do meu grande amigo Benjamin Feldmann. Agradeço enormemente o interesse desse nosso colega politécnico que mesmo com suas milhares de ocupações algébricas lineares nos dá a luz de sua opinião. Cedo, então, esta quase que pública tribuna à ele. Finalmente, digo: ela, a tribuna, está aberta e quem quiser comentar mais detalhadamente o meu texto anterior ou o do Benjamin, bom, sinta-se à vontade.



Novamente, o texto do meu estimado colega me incitou a escrever algo mais. Toda essa discussão sobre os decretos do Serra e a invasão da reitoria(da universidade que também faço parte) me faz lembrar e pensar em algumas outras coisinhas...


Esquerda, direita e os conservadores

Esquerda. Direita. Em qual grupo eu me encaixo? Em qual eu deveria me encaixar? Por que deveria me encaixar em algum grupo?

A esquerda é discriminada. Na visão de muitos todo e qualquer integrante da esquerda é um comunista louco que acredita que Marx é tudo e que em breve irá entrar na sua casa, roubar os seus pertences, beber o seu sangue e urinar no seu túmulo. Existem pessoas assim, é claro, mas nem todos da esquerda gostam de urinar em camas alheias.

O preconceito à esquerda, existe. Mas eu acredito que exista um muito maior. Não um exatamente destinado à direita, mas um preconceito tão comum que nem é percebido: aos conservadores.

Afinal; quem é o conservador? É sempre aquele grupo mau que impede revoluções de acontecerem, que impede melhorias na sociedade, que é o grupo de elite, é rico, e quer se manter rico por toda a eternidade à custa do sangue e do suor de todos os outros. E que virá com um crucifixo gigante para, friamente, te espancar.

Vamos esclarecer as coisas: conservador não é sinônimo de uma pessoa ruim. Não vire a cara para um conservador. Não jogue pedras num conservador. Trate bem o seu conservador.

Conservador é simplesmente uma pessoa que não quer mudar. É bem simples, na verdade. Ele quer conservar. Muito bem, agora você já sabe que um conservador conserva as coisas. Mas e daí?

Veja bem, para toda e qualquer mudança que afete um grupo existirão pessoas a favor e pessoas contra. E se posicionar contra a mudança, em favor da conservação do atual sistema, é um direito de qualquer indivíduo e deve ser respeitado.

Antes que me acusem, eu não me considero um conservador, sinceramente. Para mim muitas e muitas coisas tem que mudar. O que realmente me impressiona é como poucas pessoas se dizem conservadoras. É quase um termo depreciativo. Suas idéias podem ser claramente conservadoras, mas a pessoa simplesmente não admite o termo.

E nós precisamos de conservadores. Assim como precisamos de radicais. Nós sempre precisamos ter dois pontos de vista. Caso contrário o diálogo não existe, as decisões se tornam unilaterais - portanto autoritárias e arbitrárias.

Digamos que uma nova corrente de pessoas pregue que todos devemos andar com um abacaxi dentro das nossas roupas de baixo. E que devemos só usar roupas de baixo. Ignorando a total estupidez desse exemplo, eu não gostaria de ser tão íntimo de um abacaxi. Não sei quanto a vocês mas eu me posicionaria contra. Essas pessoas (completamente loucas) iriam me chamar de conservador. E que poderia eu fazer? Nada, porque nesse caso, eu me tornaria um conservador.

Em outras palavras, tenha plena consciência desse preconceito aos conservadores. Se não gosta deles, reflita sobre essa opinião. Se for um conservador, não tenha medo, diga que é conservador e pronto. Defendam os conservadores para não termos jamais que andar com um abacaxi nas nossas roupas de baixo.

Em defesa do Papa

Vocês já devem estar me achando louco, e querendo arrancar meus olhos fora, já que estou defendendo tantas pessoas que supostamente não deveriam ser defendidas. Mas vamos dar uma chance.

Já ouvi muitas vezes de muitas pessoas críticas ferrenhas ao papa e à Igreja Católica. Novamente eu acho que essas críticas e reclamações têm um grande preconceito no seu interior.

Antes de mais nada eu não sou católico. Nunca fui. Nasci judeu, e não acredito em deus já faz um bom tempo. Não escrevo isso porque eu sou um fiel que tem um retrato do Bento XVI no quarto.

Basicamente, o que ouço contra a Igreja e o papa é que eles são conservadores, são contra a camisinha (mesmo em países com problemas relacionados à Aids, como muitos na África), a pesquisa de células tronco, o aborto, a união de pessoas do mesmo sexo, eles são bobos, feios, chatos e por aí vai.

Não tenho nada contra a camisinha, sou a favor do aborto, assim como a pesquisa de células tronco, e por mim os homossexuais podem casar o quanto quiserem, só não tenho certeza quanto à adoção de crianças. Mas isso não importa. O papa e a Igreja podem ter e emitir a opinião que eles bem entenderem.

Da mesma forma que eu estou escrevendo esse texto, da mesma forma que você fala com a sua vizinha, da mesma forma que um taxista dá um palpite sobre qualquer assunto possível e imaginável, o papa pode falar o que quiser, pode ter a opinião que quiser. Claro, devido à sua posição, ele tem que ser muito cuidadoso com o que fala e o que pensa. Mas ele pode ser contra o aborto, contra a camisinha, pode ser bobo...

Afinal, ele acredita nisso. Ele não fala para não se usar a camisinha porque ele é malvado ou porque tem uma rixa com o presidente de alguma fabricante de camisinhas. Para ele, as pessoas que usarem camisinha irão para o inferno - e ele não quer que elas vão para o inferno.

O problema, meu raivoso leitor, é com os fiéis. Isso mesmo, com os fiéis. Se uma pessoa acredita tanto na sua religião que acha que tudo que o papa diz é uma verdade o que podemos fazer? Se um africano, que vive um inferno na terra, acha que é melhor não arriscar ir pra outro quando morrer e prefere pegar Aids, o que podemos fazer? É uma escolha única e exclusiva dele pois ele está seguindo a religião que escolheu. E se na religião deus deve ser escrito com letra maiúscula então ele vai escrever deus com letra maiúscula, oras.

A Igreja tem seus fundamentos. Aceite. Ela prega o que ela acredita. Ela não é má. E lembre-se, eu estou falando única e exclusivamente sobre pregação e opinião, não estou falando de jogo de interesses entre igrejas por aí.

Resumindo: todos temos o direito de ter uma opinião. O papa também pode emitir as idéias dele. E se existem pessoas que seguem essas idéias à risca, não podemos fazer nada. Não é culpa do papa, é culpa de quem segue.

“Mas e o Hitler?”, pensa meu leitor chato de prontidão, “O Hitler então também poderia ter a opinião que quisesse, e a opinião dele era de quem todos os judeus, negros e ciganos deveriam ser extintos”.

É verdade, Hitler poderia ter tido as idéias que quisesse. Se ele achasse que os judeus, negros e ciganos eram uma praga, era a opinião dele. Mas existem grandes diferenças entre o nosso bigodudo senhor do mal e o careca do Vaticano.

Primeiramente, Hitler não tinha uma só opinião, ele fez questão de por ela em prática. E o que ele pensava remetia à terceiros. Ele feria o outro. Aí a opinião perde a validade. Você pode ter uma opinião para si, mas jamais uma opinião que interfira na vida do outro. O papa diz que quem não usar camisinha irá para o inferno; quem acredita simplesmente não usará camisinha e irá morrer. Mas ele mesmo decidiu seguir esse caminho. Não envolve mais ninguém.

Pessoas podem ser preconceituosas. Nada pode ser feito. De fato, é impossível não se ter preconceitos, bons ou ruins. Você pode achar que todas as pessoas da Suécia são lindas, loiras, simpáticas e ricas. Não deixa de ser um preconceito, afinal é uma idéia pré-definida de algo ou alguém. Ou você pode achar que todos os políticos são desonestos. Novamente, é uma idéia pré-definida.

Então todos temos preconceitos. Não podemos, porém, ter eles como verdades absolutas, nem nunca, jamais, devemos prejudicar uma outra pessoa em função do que pensamos. A partir daí o que Hitler (ou qualquer outro estadista doente da cabeça) fez estava errado e deve ser condenado.

Agora, me diga, você ainda quer furar os meus olhos?

por Benjamin Mariotti Feldmann

17 comentários:

Utak disse...

Oi chico! não estou com paciência de ler esse texto agora, vou le-lo mas tarde...

hahaha, nao sabia que você fazia parte do mundo bloguistico!

Utak disse...

ps.: é o Ugo! eu também faço parte deste mundo bloguistico

muriel disse...

Acho que a idéia central do texto até que é válida mas, sinceramente, os argumentos foram um tanto quanto infelizes.
Primeiro, o Papa não pode ter a opinião que quiser. O Ratzinger(é assim que escreve?)pode, mas o Papa não (se bem que os dois devem concordar). O Papa é um símbolo da Igreja Católica e, como tal, deve representar as posições dessa instituição. Mesmo assim, a Igreja tem que ter em mente que tudo o que ela disser será seguido por milhões de pessoas - e o Papa tem plena consciência disso. E quanto a essa coisa de que o Papa acredita no que ele prega... não sei, acho que ninguém pode afirmar que o Sumo Pontífice ou a instituição dele tem realmente um interesse religioso em vez de um puramente político.
Assim, colocar a responsabilidade nos fiéis é, com todo o respeito, uma visão extremamente simplista. Dizer que alguém não usa camisinha porque está seguindo a religião que escolheu... eu me pergunto até que ponto de fato as pessoas são livres para escolherem as suas religiões. E a comparação com Hitler... também acho que os nazistas e a Igreja tem diferenças, mas não pelo que foi dito no texto."Você pode ter uma opinião para si, mas jamais uma opinião que interfira na vida do outro." Só que interferir não se resume a pegar alguém a força e jogá-la numa câmara de gás. Interferir também é disseminar seus dogmas no mundo, e muitas pessoas vão aceitá-los porque não têm condições psíquicas, existenciais, sociais ou apenas circunstanciais para recusar. Aliás, eu me pergunto o que é pior: uma interferência aberta ou uma velada, que dá a ilusão de que a pessoa está fazendo o que está fazendo por livre e espontânea vontade?

Ai ai, eu falei demais. Nunca escrevo tanto em comentários! Essa é só a minha opinião, e espero que ninguém queira furar os meus olhos.

Giulia T. disse...

Eu concordo com vc Muri. Devemos nos lembrar que a figura do papa tem forte caráter político e sua figura tem dois aspéctos: físico e jurídico, que neste caso é algo extremante importante, já que ele é o chefe da igreja mais influênte do mundo.
Gostaria de lembrar também o próprio discurso da Igreja: ela só vê como verdadeiro católico quem segue todas as suas diretrizes: quem é a favor do divórcio ou do uso da camisinha ou do aborto ou qualquer outro pensamento conflitante com a Igreja não é visto pelo Vaticano, pela instituição como verdadeiro fiel. Assim, confirmo a minha cumplicidade com o comentário da Muriel.

Chico disse...

bom, pessoal. já avisei o benjamin dos comentários. creio que ele irá ler e assim que puder dar a sua tréplica.

Unknown disse...

há, chico versao polemico!
concordo que todo mundo tem o direito de pensar o que bem entender, de ter os valores que quer, acreditar no que quer. mas isso não quer dizer que algumas coisas nao sejam perigosas, nem que eu concorde com elas.
e eu nao concordo que em um continente onde tem cidades com 40 por cento da população aidética, nao se deva usar camisinha. O que eu sempre aprendi é que a coisa mais importante é a vida: que isso deve estar em cima de qualquer coisa. E se voce proibe a camisinha, antes de estar se impedindo que uma vida nasça, se esta impedindo que uma vida acabe. sei la, pra mim isso vem antes, e pregar contra isso é perigoso.
e pra mim, o problema nao tá só nos fiéis. quando voce segue uma religiao, voce segue o que ela prega, o que ela acredita..
e os africanos? bom, muitos deles simplesmente nao tem dinheiro pra comprar camisinhas, e dependem de ongs, de algm que doe camisinhas. com o papa contra, a coisa pode ser dificultada.
camisinha devia ser uma opçao, mas todo mundo devia ter direito de ter acesso a tal opçao.
e quando voce é o papa, voce tá representando uma religiao, uma doutrina. entao sim, suas açoes pessoais passam a nao envolver só voce, e sim milhoes de outras pessoas..
voce disse que ngm pode prejudicar os outros em funçao do que pensa. porra, pra mim o papa prejudica.
prejudica a menina que quer abortar, que tem 15 anos e engravidou, prejudica pessoas que se amam, e pq sao do mesmo sexo nao tem direito a se casarem, prejudica casais que querem adotar e nao podem pq sao do mesmo sexo, enquanto tem tanta gente precisando de um lar.
pra mim em pleno seculo XXI, essas sao questoes que nao deviam mais ser polemicas.
que cada um pense o que quer, mas que elas aprendam que chega uma hora que certas ideias tem que mudar. a sociedade muda, as ideias mudam com elas... senao, cria-se um preconceito e um conservadorismo que sao prejudiciais.
mas sei la, apesar d ter falado tanto, sei que é muito dificil de mudar uma instituiçao de milhares de anos, e acho qeu a igreja catolica vem mudando certas coisas, mas acho que tem muitas coisas que eu nao concordo, assim como em muitas religioes.
mas pra isso, os fieis tambm tem que mudar. nenhuma religiao existe sem fieis. mas nao acho que a culpa seja deles e ponto, sabe?
na verdade nem sei se tem alguem que deva ser culpado.
aah sei la, ta ficando confuso neh.
mas d qualquer maneira, gostei pra caramba do seu primeiro texto, e tenho um ponto de vista diferente do segundo, mas respeito pra caramba sua opiniao.
acho que eh isso ai.

Anônimo disse...

Concordo que devemos considerar o fato de uma pessoa seguir o que o papa diz muitas vezes por não ter capacidade de se por contra. Talvez eu tenha me expressado mal. Na verdade, o problema ESTÁ no fiel, mas não necessariamente ele é o culpado. Ele provavelmente segue a sua religião justamente por não ter a capacidade de ver a sua outra opção. Para mim, todas as pessoas deveriam ter uma educação suficiente para saber que ele pode se recusar a seguir uma determinada ordem de um líder espiritual. Infelizmente, não é sempre o caso. Mas digamos que fosse, a escolha da pessoa é dela, somente dela, e remete somente a ela. Quanto ao papa realmente acreditar no que ele é diz, eu acho evidente. Eu acho que essa visão de que a Igreja Católica é uma instituição podre, política, arcaica e que ainda queima hereges acaba afetando a opinião das pessoas quanto ao papa e as suas pregações. A Igreja de hoje não é mais aquela do século XVI. Reformas foram feitas no século XX. Ela evidentemente tem seus interesses, mas não interfere jamais do jeito que já interviu. E realmente, está na base do que acredita que a camisinha e o aborto "são coisas do demônio". É necessário aceitar isso. Da mesma forma que o Candomblé acredita que matar frangos vai agradar os deuses. Da mesma forma que os Astecas sacrificavam pessoas. Eu acho pavorosa a idéia de fazer "despachos". Assim como acho pavorosa a idéia de não permitir alguém de abortar, ou deixar alguém morrer por não existir pesquisas sobre células tronco. Mas as pessoas acabam aceitando a primeira, já repudiando as outras duas. O papa acredita no que ele diz. Ele não ganha absolutamente nada, com as seus discursos "maléficos". De fato, só tem a perder. E, teoricamente, se a pessoa segue o que o papa diz, é uma escolha dela. Portanto eu acredito que não se deve tentar impedir que o papa diga coisas ou mude radicalmente de idéia. E sim deve-se educar corretamente todo e qualquer ser humano pra que ele não acredite piamente na sua religião, ou na religião que lhe foi imposta. Prefiro acabar com essas pessoas sem liberdade de escolha do que acabar com a Igreja Católica. E eu só usei o exemplo do Hitler, porque ele é um nome recorrente nesse tipo de discussão. Certamente alguém pensou nele quando estava lendo o texto. A minha visão sobre o que ele propagava e a diferença para o que o papa diz é mais ou menos essa:
1) Hitler disse: "companheiros nazistas, peguem suas armas, vamos matar algumas pessoas que considero inferiores. Façam o favor de considerar eles inferiores também.
2) Papa diz: "Não usem camisinha! Morram de AIDS! Mas morram VOCÊS!"
Se Hitler dissesse simplesmente no rádio: "Judeus, se matem por favor, que não quero vocês como vizinhos" e muitos judeus se suicidassem, eu não acho que ele estaria fazendo algo de errado. Mesmo porque aí está outra diferença entre os dois: Hitler forçava as pessoas a seguirem os seus mandamentos. O papa "dá sugestões". Claro que não é só isso, e que a sua palavra tem uma força infinitamente maior que uma mera sugestão, mas eu não me lembro do papa apontando uma arma para um fiel e dizendo: "Se você usar camisinha, EU TE MATO!". Enfim, é só isso que eu penso. Sintam-se à vontade para debater e por favor, critiquem o que eu acabei de escrever. Só temos a ganhar com isso. Obrigado pela atenção e por ter lido o texto(os dois na verdade).

Utak disse...

Bom Benjamin, é verdade o que você fala. Esse príncipio de sugestão é o mesmo usado pela ONU. Quer dizer, eles não tem direito de exigir nada de ninguém, mas as sugestões feitas por orgãos da ONU são tão importantes que os países nem pensam duas vezes antes de aceitar tais propostas.
É o mesmo com o Papa. Ele é só um pregador de uma religião. Suas idéias são as da Igreja e ele está tentando salvar a religião dele. A Igreja como instituição deveria defender o que o Papa defende. Apesar dos discursos "maléficos", ele está lá fazendo seu papel, e, quando diz que camisinha é do demo ele está apenas deefndendo sua religião. Quem não acredita, não segue. É repudiante ver coisas tão rídiculas como achar que os seres humanos não deveriam fazer sexo. Ele mesmo disse que mesmo depois do casamento a castidade deveria continuar? Pois essas são as idéias que a Igreja católica prega e que o Papa só reforça. Na verdade o Papa não deveria "mandar" em nada, mas ele acaba mandando quando ele reforça costumes tão velhos como a castidade e tão inadequados em dias como hoje em dia. Mas ele só faz o papel dele. Quem nós devemos criticar é a Igreja em si, que "elege", "deifica", "se submente à" alguem tão antiquado quanto ele.

O que eu questiono é quando as pessoas ouvem "não se deve usar camisinha" mas não ouvem "seja casto pra sempre". Ou seja, a mensagem acaba sendo passada errada, de maneira MUITO errada. E isso vêm acontecendo há muito tempo e algo que deveria ser mais trabalhado nas pessoas.

Thomás disse...

Pra começar, não vamos chamá-lo de Papa ou de Sumo Pontífice. Ele é o Patriarca do Ocidente, mesmo que não goste!

Bento XVI, não ignore a PENTARQUIA!

(Sim, o SiEM me afeta)

Chico disse...

não entendi direito, thomás.

Thomás disse...

Só para explicar:

Em 870, no IV Concílio de Constantinopla, as Igrejas Cristãs foram separadas em 5 Patriarcados, ou seja, zonas de influência submetidas aos Cinco Patriarcas (bispos de cada lugar): Roma(Ocidente), Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém.

Todos os Patriarcados eram "iguais", ou seja, tinham o mesmo poder, porém, a Igreja Católica Apostólica Romana (Patriarcado Ocidental) era considerada por todos como a "primeira entre iguais" (semelhante ao que acontece hoje na Igreja Ortodoxa).

Hoje, quando se fala em Igreja, em catolicismo, se pensa só na Igreja de Roma, mas ignora-se a existência dos outros Patriarcados, que ainda existem! O de Constantinopla foi o que "cismou" com a Roma no Cisma do Oriente.

Entenderam? Eu acho ridículo que se omitam pras pessoas esse tipo de informação. Ser católico é diferente de ser Romano!

Thomás disse...

PENTARQUIA é o nome que se dá a essa união dos Cinco Patriarcados. A idéia de Patriarca do Ocidente remete a idéia de que a ICAR não é única, não é absoluta, não é a verdadeira intermediária entre Deus e os homens, logo, isso irrita o Vaticano, por isso que o Papa Bento XVI definiu em 2006 que o apelativo (forma como se pode chamar) papal de Patriarca do Ocidente seria renunciado por ele.
E assim foi.

Ah! Descobri isso fazendo pesquisas pro Application do SiEM.

Anônimo disse...

não consegui ler os outros comentários pq a internet tah meio zuada aqui, espero não repetir nada...

achei o texto muitíssimo bem colocado! acredito que os conservadores são uma força importantíma da sociedade. conservadores de verdade impedem a ascensão de regimes como o nazista, que destruia os valores passados... são os gurdiões da história, e um povo sem história é um povo sem valores - e responsabilidade! [isso que inspira o famigerado lema presente em nossa bandeira...]
se fosse explicar os pontos de que discordo gastaria 10 vezes mais espaço, então paro por aqui! haha
trés fantastique!

Anônimo disse...

não consegui ler os outros comentários pq a internet tah meio zuada aqui, espero não repetir nada...

achei o texto muitíssimo bem colocado! acredito que os conservadores são uma força importantíma da sociedade. conservadores de verdade impedem a ascensão de regimes como o nazista, que destruia os valores passados... são os gurdiões da história, e um povo sem história é um povo sem valores - e responsabilidade! [isso que inspira o famigerado lema presente em nossa bandeira...]
se fosse explicar os pontos de que discordo gastaria 10 vezes mais espaço, então paro por aqui! haha
trés fantastique!

muriel disse...

Ugo, vc diz que "as sugestões feitas por orgãos da ONU são tão importantes que os países nem pensam duas vezes antes de aceitar tais propostas". Nem pensam duas vezes?! O mundo seria muuuito melhor se todos os países seguissem as sugestões da ONU sem pestanejar, mas não acho que seja o caso.
Quanto ao Papa, dizer que ele é mau e que seus discursos são maléficos de fato é uma análise rasa, mas não se deve esquecer da face política da Igreja. O Papa tem sim muito poder, apesar de não ser possível afirmar que esse é o motivo para que ele faça o que faz. Na verdade, o único jeito de saber seria entrar na cabeça do Ratzinger e isso, é obvio, ninguém pode fazer. Assim, quanto às reais intenções do Papa não dá pra dizer nem que sim nem que não.
E os nazistas... na verdade eles não destruiam os valores do passado, pelo contrário, se baseavam neles (com distorções, é claro, mas se baseavam). Chegou ao ponto de os nazistas basearem os objetivos de suas batalhas nas batalhas da Antigüidade - tem isso mais detalhado naquele documentário "A arquitetura da destruição".

Ah, falei demais.

Chico disse...

Olha esse negócio dos nazistas não sei não Muriel. Eles não eram tão 'passadistas' assim creio eu. Eles aclamavam uma cultura mas na verdade ela existia a no máximo 60 anos - e isso é tempo pra se consituírem sólidos valores? Suas distorções para mim na verdade são mais que distorções - são encenações que um dia existiram valores que por sua vez são distorcidos. Ligar a própria história a um momento X da Antigüidade não é resgatar valores, é, no máximo, escolher uma mitologia.

muriel disse...

Acho que valores podem se solidificar em razoavelmente pouco tempo - e serem igualmente poderosos. Quanto aos nazistas, de fato aquilo era uma encenação, uma distorção, mas não deixava de ser inspirado na Antigüidade clássica, ou pelo menos o que eles entendiam por isso (claro que também era a escolha de uma mitologia, mas não creio que as duas coisas sejam excludentes).
De qualquer forma paro por aqui, porque admito que os meus conhecimentos sobre a ideologia nazista não passam do básico que todo mundo sabe, e um conhecimento mais profundo seria necessário para continuar esta discussão que, aliás, não é o foco do post. Eu só falei dos nazistas porque, na minha opinião, o argumento sobre as diferenças entre Hitler e o Papa foi, com todo o respeito ao texto do Benjamin, infeliz.