sexta-feira, janeiro 05, 2007

6. Juventude & contemporaneidade: O nosso papel


Palavras póstumas de um sábio.

Em seguida gostaria de encerrar nossa conversa com um texto de um personagem que muito citei aqui: o Padre Charbonneau. Em um pequeno livro de sua autoria, Pais e filhos – diálogo sobre o amor[1], o religioso tem uma passagem que muito sintetiza nosso papel; papel de jovens, papel de estudantes, função de questionadores da nossa realidade. Despeço-me com as palavras[2] deste sábio brilhante.

“Cada um deve se convencer que está na terra, na vida, não para se divertir mas para compreender. Está na terra para construir a terra, a fim de que o homem possa desabrochar em todas as dimensões e consiga abraçar o absoluto.

Leon Bloy, este grande romancista do início do século, profeta e visionário deste mundo, dizia que o homem é o peregrino do absoluto. Os jovens, ou serão peregrinos do absoluto, ou serão peregrinos do absurdo. Não tem outra saída, não poderão ser uma geração medíocre; servirão ou ao Absurdo ou ao Absoluto. Se abraçarem o Absoluto, reconstruirão uma humanidade esplêndida; viver, então, será uma alegria, uma realização, pois todos os homens saberão o “porquê” de sua vida.

A existência tem sentido; mas, seu sentido precisa ser conquistado. Conquistar, descobrir o sentido de viver é a única tarefa dos jovens. Ao descobri-lo, encontrarão o novo entusiasmo (do grego: en-théos, isto é, Deus), e passarão a reconstruir o mundo. Acredito na fé desta esplêndida mocidade, que capaz de superar o Absurdo, quando este está à sua frente e de ir à procura do Absoluto.”


[1] CHARBONNEAU, Paul-Eugène (1925-1987); Pais e filhos – diálogo sobre o amor. São Paulo, Editora Herder, 1968.

[2] Trecho extraído do capítulo Juventude e Mundo Contemporâneo, págs. 47 e 48.

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