Gostei do texto do Benjamin, sim.
Achei adequado, mainardianamente interessante e irônico.
De qualquer maneira, se o autor permitir tais atos, pretendo colocar aqui mais dois ou três questionamentos.
Comentando um grande amigo
A questão é que tenho certeza que o Benjamin não está pregando qualquer tipo de conformismo ou de antiidealismo e gostaria de dessa maneira explicitar o que eu entendi. O modelo do "rebelde" e do "ser legal ser rebelde" é que está fundamentalmente criticado e não separar isso da possibilidade de mudança concreta do status quo por parte do próprio jovem seria pobreza de espírito e inteligência e creio que desvirtuaria o pensamento do texto que vai contra justamente a efemeridade do ser "rebelde" ou "revoltado" hoje.
A verdade é que no mundo pós-moderno mesmo as coisas anti-sistêmicas são engolidas na máquina humana e assim usadas para o propósito oposto para a qual essencialmente existem. Qual a real possibilidade e disposição destes jovens de abrir mão de sua confortável vida burguesa? E qual a chance disto admitirem?
Uma revolução, devo dizer, não se faz com all-stars ou camisetas do nosso amigo Che, sinto muito (apesar de não nada contra tais itens; aliás, eu uso all star) - e talvez seja este o ponto chave da imbecilidade pós-moderna. Como tudo se banaliza as discussões nunca saem do plano do "achismo", do senso comum e do senso comum do anti-senso comum, se é que vocês me entendem. Tudo se planifica e nada se aprofunda. O que irrita Benjamin, e posso dizer o mesmo, é que a base de tudo que afirmam não existe, ela não passa de uma massa quebradiça, disforme e inconsistente. Hoje temos a mania de falar sem pensar. De falar sobre qualquer coisa, de saber qualquer coisa.
Queriam "aproveitar" a ditadura por que não entendem a real gravidade dela e nela nada aprenderam. Algum pode vir e dizer que a maior ditadura é a atual, uma ditadura velada, mas desculpe ser chato; eu preciso mais do que isso para concordar com esta idéia. O pensamento deste seres que Benjamin tanto odeia não é nem retrógrado por que nem isso consegue ser. É uma lógica pretensamente coletiva e em busca do justo e do certo mas em seu cerne profundamente individualista e egoísta. Usando palavras de nosso amigo Benj: (...) Que a sua visão fechada, preconceituosa e indisposta à discussão serve apenas pra inflar o seu ego. (...).
O mundo do "eu acho" é algo que também me irrita, amigo. O mundo do "eu acho" e também do "eu não acho". O errado aí não é o quê um ou outro acha. O errado aí é achar; é achar sem base, sem conteúdo real.
Nossos pequenos (ou grandes) poderosos arautos do bem mundial, reizinhos da plebe revoltada, que tanto pregam a "antropofagia" deviam se alimentar mais, penso eu.
De qualquer maneira, se o autor permitir tais atos, pretendo colocar aqui mais dois ou três questionamentos.
Comentando um grande amigo
A questão é que tenho certeza que o Benjamin não está pregando qualquer tipo de conformismo ou de antiidealismo e gostaria de dessa maneira explicitar o que eu entendi. O modelo do "rebelde" e do "ser legal ser rebelde" é que está fundamentalmente criticado e não separar isso da possibilidade de mudança concreta do status quo por parte do próprio jovem seria pobreza de espírito e inteligência e creio que desvirtuaria o pensamento do texto que vai contra justamente a efemeridade do ser "rebelde" ou "revoltado" hoje.
A verdade é que no mundo pós-moderno mesmo as coisas anti-sistêmicas são engolidas na máquina humana e assim usadas para o propósito oposto para a qual essencialmente existem. Qual a real possibilidade e disposição destes jovens de abrir mão de sua confortável vida burguesa? E qual a chance disto admitirem?
Uma revolução, devo dizer, não se faz com all-stars ou camisetas do nosso amigo Che, sinto muito (apesar de não nada contra tais itens; aliás, eu uso all star) - e talvez seja este o ponto chave da imbecilidade pós-moderna. Como tudo se banaliza as discussões nunca saem do plano do "achismo", do senso comum e do senso comum do anti-senso comum, se é que vocês me entendem. Tudo se planifica e nada se aprofunda. O que irrita Benjamin, e posso dizer o mesmo, é que a base de tudo que afirmam não existe, ela não passa de uma massa quebradiça, disforme e inconsistente. Hoje temos a mania de falar sem pensar. De falar sobre qualquer coisa, de saber qualquer coisa.
Queriam "aproveitar" a ditadura por que não entendem a real gravidade dela e nela nada aprenderam. Algum pode vir e dizer que a maior ditadura é a atual, uma ditadura velada, mas desculpe ser chato; eu preciso mais do que isso para concordar com esta idéia. O pensamento deste seres que Benjamin tanto odeia não é nem retrógrado por que nem isso consegue ser. É uma lógica pretensamente coletiva e em busca do justo e do certo mas em seu cerne profundamente individualista e egoísta. Usando palavras de nosso amigo Benj: (...) Que a sua visão fechada, preconceituosa e indisposta à discussão serve apenas pra inflar o seu ego. (...).
O mundo do "eu acho" é algo que também me irrita, amigo. O mundo do "eu acho" e também do "eu não acho". O errado aí não é o quê um ou outro acha. O errado aí é achar; é achar sem base, sem conteúdo real.
Nossos pequenos (ou grandes) poderosos arautos do bem mundial, reizinhos da plebe revoltada, que tanto pregam a "antropofagia" deviam se alimentar mais, penso eu.
4 comentários:
o que foi sempre dificil pra mim foi achar essa base, achar um lugar pra se apoiar, pra sustentar alguma ideia.
sabe, a gente tem tanta informaçao de tanto lado, que acaba sem saber no qu se apoiar, no que confiar.. alias, ano passado sua tia fez uma discussao muito legal depois q a gente leu ensaio sobre a cegueira..
mas de qlqr jeito: mainardianamente interessante
ah, achei isso muito engraçado mesmo
Ter base é difícil, muita informação pra cá e pra lá, e há também aquilo de impressionar. Muito é em volta disso.
Claro que acho que muitas vezes o "eu acho" se enquadra na pessoa que por um feeling diz algo. Aii tudo é relativo, chico!
E a última frase foi genial.
o seu texto tem comentários pertinentes, mas não escapa do "pecado original benjaminiano" de se prender a uma idéia de sistema, que por algum motivo as pessoas acreditam que não está nelas.
somos o sistema, reproduzimos o sistema... e não quebramos o sistema, apenas o transformamos lentamente. ua revolução é um símbolo, ela representa uma mudança da mentalidade coletiva... a porra do "sistema", se quisermos usar essa palavra, continua em nós. nós continuamos sendo a sociedade.
ps: não esqueçamos... os tais rebeldes sem causa são seres humanos como nós, está certo? por incrivel q pareça nós não somos mais esclarecidos, mais conscientes ou menos egoístas que esse grupo a que se convém chamar assim.
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