sábado, setembro 08, 2007

16.


Mas eu me divirto com esse blog, admito.
Acho engraçado algumas situações que você se vê tendo um blog e refletindo sobre a própria humildade que todos que escrevem deveriam ter. Bom, no final tudo se acerta, o justo acaba emergindo.
Uma das coisas mais chatas ou engraçadas (como preferirem) é contar para as pessoas que você possui, constrói, desenvolve, escreve ou tem um blog. No fundo no fundo não faz a mínima diferença. A pessoa vai, dá uma olhadinha, lê o último texto, solta um comentário e pronto, trabalho cumprido. É como jogar um peixinho pra aquela foca amestrada. Muito bem Floopsie, muito bem!
Falando isso fico com a seguinte impressão de mim mesmo: "mas esse cara é bem malandro, fala essas coisas e ainda esnoba quem entra naquele blog dele! Quem ele pensa que é? O Jabor? Mainardi? Simão? Bonner? Fica falando que não quer falar que tem blog e depois diz que tem que valorizar o que se escreve! Não faz nenhum sentido! Além de prepotente é burro!".
Não desautorizo estas acusações mas queria enfatizar que o sentido não é esse. Acredito profundamente no que escrevo, acredito que isto adiciona alguma coisa tanto para mim como para quem aqui acessa. Continuo crendo na dignidade do autor. No papel da humildade frente às críticas e comentários. Na discussão-construção espiral e em tudo o que já disse nos textos anteriores. O que aqui tento dizer é que venho desacreditando nessa propaganda oral que se faz. O que se ganha é um leitor instantâneo e fujão que vem uma única vez lhe fazer o favor de um comentário. Oras. Se eu precisasse de favores eu pediria. Tá, ok, tem a possibilidade da pessoa não curtir e ir embora - mas então porquê deixa comentários de que gostou? A única pessoa que faz críticas mais diretas e estruturais aos meus textos é o Márcio e ele está de prova que nunca estas críticas entraram-me por um ouvido e saíram-me pelo outro.
Não estou querendo falar mal dos leitores instatâneos também. Aqui faço crítica à propaganda verbal. Assintiva, pedinte, pedante, coercitiva. Propaganda essa que obriga, que lança mão do sujo recurso do "dá uma olhada". Todos temos direito de descobrir o que queremos ler sozinhos. Somos grandinhos e não precisamos de ajuda - certo? Certo? Não sei, de verdade.

Eu faço - ou fazia, agora - este tipo de coisa. Achava necessário justamente para as pessoas notarem a existência de PdO, por exemplo. Agora vou pensar duas, não, três, vezes para fazê-lo de novo.