Amigos;
Me avisem se eu estiver errado nesta indagação, por favor - nesta eu realmente preciso da ajuda de vocês. Estou ciente do meu pedantismo com estes milhares de posts sobre a punheta filosófica - sobre o ter ou não base para se dizer algo e etc. É irritante mesmo para mim e como o Márcio meu amigo diz é um algo meio sem sal, sem polêmica. Talvez algo que nem realmente valha ser lido - ou escrito. É uma discussão em relação à um tipo de humildade que nem sei se chego a possuir. Tudo isso parece e provavelmente é uma tentativa desesperada de justificar todo o meu discurso, meio que adocicá-lo e torná-lo mais tragável, além de se tornar um ciclo de prepotência e "se achice" da minha parte. Gostaria que não fosse, sinceramente.
Num breve passeio que fiz hoje sozinho pensei bastante sobre um assunto que está em voga na minha Faculdade. De quarta para quinta movimentos sociais ocuparam a São Francisco para protestar e foram retirados pela tropa de choque na madrugada. Uma intensa discussão entre calouros está acontecendo por emails e milhares de pessoas dão suas opiniões relevando os mais diversos argumentos. É interessante, é sim, mas isto me incomoda justamente no que tange aquela discussão sobre a falta de bases e tal. Pensei o seguinte durante o passeio.
Supomos que a discussão sobre algo como isso deve ser construtiva, ou seja, o ideal é que falando e sendo ouvido eu possa clarificar minhas idéias e engradecer ou questionar minha própria opinião. Não há problema que esta opinião seja a mesma de outras pessoas contanto que eu pense nela e a tome com consciência. Se a discussão é uma construção como esta pode ficar se eu não tiver todos os tijolos, ou se estiver sem ferramentas, ou se os próprios construtores estiverem sem nenhum plano? Eu sempre preguei ardentemente a discussão aqui em PdO mas nunca tinha pensado na enorme importância de um bom silêncio.
Não sei se isto leva a alguma polêmica mas o fato é que percebi o quanto é necessário esse bom silêncio. Nós, os construtores, precisamos achar as ferramentas todas, procurar os bons materiais para o projeto - projetá-lo junto com o arquiteto - e concluí-lo observando a nós mesmos reparando se na nossa maneira de construir está incutido algum vício, algo impensado que possa fazer a construção sair pendendo para o lado e não para o alto.
Ok, ok, a metáfora é estúpida. Aí entram milhares de perguntas e indagações importantes como o fato de a construção sempre ter de ser para cima (existe uma verdade a ser buscada?) e a questão de realmente sermos diferentes uns dos outros implicando assim que as nossas características muitas vezes são indissociáveis de nós mesmos. Mas eu não estou querendo ir por aí. A construção é para cima não em direção à verdade mas em direção à uma reciprocidade verdadeira e reflexiva que adentra nos construtores. Não defendo também a abstração total da nossa individualidade mas sim a assimilação da humildade frente ao outro e frente à si mesmo. Antes de se dizer que o discurso de alguém é "vazio e cliché" penso que deveríamos ter a autocrítica para pensar se o nosso é e a coragem de - se o for - admiti-lo. Quando falo de vício penso não em coisas que podem ser curadas pois, como se diz, um alcóolatra nunca deixa de o ser, e sim penso no que temos em nossa cabeça e termos de ter consciência disso e saber a sua procedência. Controlar o vício e submetê-lo em relação à uma consciência razoável - não necessariamente racional.
Nossa; estas últimas duas frases não ficaram boas. Acho que adentro questões filosóficas superficialmente e se realmente o fiz peço perdão.
Esta que apresentei é a minha mais sincera opinião. Não justificarei que "é só um devaneio de sábado" ou "é só um rabisco neste caderno" pois estes escritos não o são. Tá lá é para ser lido e não devemos nos justificar diminuindo a importância do que escrevemos ou falando que é "só" um devaneio ou uma "frase solta". Ninguém escreve o que acha imbecil ou algo que não dá valor - não faria sentido eu gastar meu tempo tentando defender aqui algo que não julgo importante ou pertinente. Essa é uma hipocrisia que me irrita pois o que escrevemos tem valor, e muito. Não considero quando leio que "estes escritos são só uns sonhos e viagens" ou qualquer coisa do tipo. Se a pessoa resolveu sentar o traseiro e escrever no maldito computador é porquê tinha alguma motivação, é porquê acha que o que vier a escrever vai acrescentar ou algo a alguém ou algo a si mesmo. Então por quê estes trejeitos inúteis e floreadores de uma realidade inexistente? Para mim o texto mostra o que a pessoa acha e o que ela quer dizer sobre aquele determinado assunto. Todos eles tem compromisso diluído na essência. Creio que devemos admitir e assinar com sinceridade e dignidade nossos pensamentos. "Mas tem gente que não consegue passar o que quer escrevendo", diriam-me alguns. Eu pergunto: Então porquê raios resolveu escrever, filhão?
E que sofram as conseqüências.
Me avisem se eu estiver errado nesta indagação, por favor - nesta eu realmente preciso da ajuda de vocês. Estou ciente do meu pedantismo com estes milhares de posts sobre a punheta filosófica - sobre o ter ou não base para se dizer algo e etc. É irritante mesmo para mim e como o Márcio meu amigo diz é um algo meio sem sal, sem polêmica. Talvez algo que nem realmente valha ser lido - ou escrito. É uma discussão em relação à um tipo de humildade que nem sei se chego a possuir. Tudo isso parece e provavelmente é uma tentativa desesperada de justificar todo o meu discurso, meio que adocicá-lo e torná-lo mais tragável, além de se tornar um ciclo de prepotência e "se achice" da minha parte. Gostaria que não fosse, sinceramente.
Num breve passeio que fiz hoje sozinho pensei bastante sobre um assunto que está em voga na minha Faculdade. De quarta para quinta movimentos sociais ocuparam a São Francisco para protestar e foram retirados pela tropa de choque na madrugada. Uma intensa discussão entre calouros está acontecendo por emails e milhares de pessoas dão suas opiniões relevando os mais diversos argumentos. É interessante, é sim, mas isto me incomoda justamente no que tange aquela discussão sobre a falta de bases e tal. Pensei o seguinte durante o passeio.
Supomos que a discussão sobre algo como isso deve ser construtiva, ou seja, o ideal é que falando e sendo ouvido eu possa clarificar minhas idéias e engradecer ou questionar minha própria opinião. Não há problema que esta opinião seja a mesma de outras pessoas contanto que eu pense nela e a tome com consciência. Se a discussão é uma construção como esta pode ficar se eu não tiver todos os tijolos, ou se estiver sem ferramentas, ou se os próprios construtores estiverem sem nenhum plano? Eu sempre preguei ardentemente a discussão aqui em PdO mas nunca tinha pensado na enorme importância de um bom silêncio.
Não sei se isto leva a alguma polêmica mas o fato é que percebi o quanto é necessário esse bom silêncio. Nós, os construtores, precisamos achar as ferramentas todas, procurar os bons materiais para o projeto - projetá-lo junto com o arquiteto - e concluí-lo observando a nós mesmos reparando se na nossa maneira de construir está incutido algum vício, algo impensado que possa fazer a construção sair pendendo para o lado e não para o alto.
Ok, ok, a metáfora é estúpida. Aí entram milhares de perguntas e indagações importantes como o fato de a construção sempre ter de ser para cima (existe uma verdade a ser buscada?) e a questão de realmente sermos diferentes uns dos outros implicando assim que as nossas características muitas vezes são indissociáveis de nós mesmos. Mas eu não estou querendo ir por aí. A construção é para cima não em direção à verdade mas em direção à uma reciprocidade verdadeira e reflexiva que adentra nos construtores. Não defendo também a abstração total da nossa individualidade mas sim a assimilação da humildade frente ao outro e frente à si mesmo. Antes de se dizer que o discurso de alguém é "vazio e cliché" penso que deveríamos ter a autocrítica para pensar se o nosso é e a coragem de - se o for - admiti-lo. Quando falo de vício penso não em coisas que podem ser curadas pois, como se diz, um alcóolatra nunca deixa de o ser, e sim penso no que temos em nossa cabeça e termos de ter consciência disso e saber a sua procedência. Controlar o vício e submetê-lo em relação à uma consciência razoável - não necessariamente racional.
Nossa; estas últimas duas frases não ficaram boas. Acho que adentro questões filosóficas superficialmente e se realmente o fiz peço perdão.
Esta que apresentei é a minha mais sincera opinião. Não justificarei que "é só um devaneio de sábado" ou "é só um rabisco neste caderno" pois estes escritos não o são. Tá lá é para ser lido e não devemos nos justificar diminuindo a importância do que escrevemos ou falando que é "só" um devaneio ou uma "frase solta". Ninguém escreve o que acha imbecil ou algo que não dá valor - não faria sentido eu gastar meu tempo tentando defender aqui algo que não julgo importante ou pertinente. Essa é uma hipocrisia que me irrita pois o que escrevemos tem valor, e muito. Não considero quando leio que "estes escritos são só uns sonhos e viagens" ou qualquer coisa do tipo. Se a pessoa resolveu sentar o traseiro e escrever no maldito computador é porquê tinha alguma motivação, é porquê acha que o que vier a escrever vai acrescentar ou algo a alguém ou algo a si mesmo. Então por quê estes trejeitos inúteis e floreadores de uma realidade inexistente? Para mim o texto mostra o que a pessoa acha e o que ela quer dizer sobre aquele determinado assunto. Todos eles tem compromisso diluído na essência. Creio que devemos admitir e assinar com sinceridade e dignidade nossos pensamentos. "Mas tem gente que não consegue passar o que quer escrevendo", diriam-me alguns. Eu pergunto: Então porquê raios resolveu escrever, filhão?
E que sofram as conseqüências.
2 comentários:
gostei, como sempre, da sinceridade...
e concordo com os pontos centrais!
::)
o último parágrafo é fantástico, "filhão"!
"Mas tem gente que não consegue passar o que quer escrevendo", diriam-me alguns. Eu pergunto: Então porquê raios resolveu escrever, filhão?"
Seria mentira se eu falasse que isso não mudou nada em minha visão, seria até hipocrisia. Porque como você mesmo sabe, acho que eu mesma disse essas inseguras palavras a pouco mais de dez minutos, não?
Obrigada Chico. Meus "rascunhos de pensamentos" não são mais rascunhos.
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