sexta-feira, dezembro 07, 2007

28.

Não quero escrever muito. Acontece que o post anterior, o texto 27, me impele a falar mais algumas coisas.


Todos nós idiotas III
Nada mais natural

Apesar de tudo que disse sobre blogs, sobre o Xingu.net, devo admitir que eu reconheço profundamente o valor da blogosfera. Como diz Drummond em seu poema "Ontem"; "que por minha vez / escrevo, dissipo.". Temos essa necessidade. Acho natural. Acho bom. Legítimo. Autêntico. Sabemos mais de quem queremos saber, isso é um avanço. É bonito. Talvez genético. Essa necessidade de dissipar as coisas, de falar sozinho, de confidenciar pro vento. Não questiono nada disso. É algo que sinto. Mas é algo fundamentalmente fadado à esfera privada.
Não sei se estou admitindo a "limitação" que o Marcio bem assimilou em detrimento à pobreza que antes disse. Continuo achando pobreza no sentido de achar que a blogosfera é um meio de comunicação, é uma mídia revolucionária. Não acho, sou cético. Os blogs famosos são colunas de grandes meios de mídia, de grandes jornais, portais. Coluna não é blog, coluna não tem a essência do blog que é o poder se responder, é o falar individualizado, articulado. Podem achar que eu entro em contradição, mas não creio. Acredito que esse falar individualizado seria sim compatível com uma mídia revolucionária pois é justamente isso que a tornaria revolucionária. O problema que aponto não é esse.
O problema é que na essência esse nosso desejo de dissipar é mais forte que os outros? Talvez. É isso que coloco em dúvida. Se quando nos deparamos com um tantinho de poder, de atenção, não nos deixamos molengar - se quando recebemos um comentário-esmolinha não nos sobe a cabeça esse poderzinho, essa massagenzinha no nosso ego. Pensem nisso. Não, não quero comentários não. Só pensem.

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